Exemplar de arquitetura militar e civil de enquadramento rural. Depreende-se que terá sido D. Nuno Manoel, Almotacé-mór de D. Manuel I, Alcaide-mór da Guarda, Senhor de Salvaterra de Magos, Águias e Erra quem ordenou a edificação da torre, que já encontrava edificada em 1531, podendo por isso ter sido já obra de seu filho D. Fradique Manoel, Senhor de Tancos e Atalaia, Avô do 1º Conde de Atalaia, D. Francisco Manoel de Ataíde em cuja família a Torre das Águias se manteve, crê-se que até inicio do século XX quando passou para o Conde de Fontalva.

A torre senhorial apresenta planta quadrada, centralizada. O interior, é dividido em quatro pisos com coberturas abobadadas nas quais surgem diferentes ornamentos de carácter manuelino, como cruzes da Ordem de Cristo e motivos vegetalistas e geométricos diversos característicos do período Manuelino. O corpo principal é definido por um volume em paralelipípedo junto ao qual se desenvolvem todas as dependências anexas já que o conjunto é a casa-forte medieval, símbolo de apropriação do território. A vila das Águias e seu domínio foi doada por D. Pedro I ao rico-homem da sua câmara, Pedro Afonso, passando esta a constituir-se como sede de concelho. Já com D.Manuel I, em 1519, foi-lhe outorgado Foral Novo e no ano seguinte, o lavrador André do Campo, vende o domínio da vila que é assim transferido, para o referido D. Nuno Manoel. Em 1535, fruto do milagre de Nossa Senhora de Brotas e consequente valorização da sua matriz, a vila foi integrada na freguesia de Brotas perdendo a sua importância. Insere-se no mesmo conjunto de residência e arquitetura militar como os existentes no norte do país, como a Torre de Refóios e a Torre de Quintela, e os que se encontram na mesma região alentejana como a Torre de Coelheiros, a Torre do Esporão, a Torre da Camoeira ou a Torre do Carvalhal. à semelhança das quais apresenta também construções anexas.